É misterioso que um símbolo de uma tortura seja simultaneamente o símbolo da nossa salvação. Só nesta perspectiva se percebe que esse objecto tão horrível seja fonte de inspiração para todos os grandes artistas ao longo da História.
Os quatro evangelhos relatam as últimas palavras de Jesus, naquele momento de tão grande sofrimento. Na Sexta-Feira Santa somos chamados a reflectir sobre esse facto: Jesus morreu na cruz por nós, para nos dar a eternidade junto de Deus.
Nada do que Jesus nos diz é a mais ou a menos: tudo foi essencial e absolutamente útil para a nossa salvação. Assim, importou aos cristãos, desde sempre, escutar as últimas palavras proferidas por Jesus, já suspenso na cruz. Também elas são de uma relevância tremenda para a nossa fé.
Também importantes compositores se debruçaram sobre esses últimos momentos, chamando a atenção de todos os nossos sentidos para tão relevantes palavras. É esse o caso da obra “As Sete Palavras de Cristo na Cruz”, de Heinrich Schütz, um compositor alemão anterior a Bach, que viveu entre 1585 e 1682.
A Professora de Música Catarina Saraiva e eu próprio tentámos olhar para esta obra e, juntando a contribuição de pintores, pensámos na forma como estas palavras nos poderiam interpelar na nossa preparação para a Páscoa.
Esperamos que também para vós seja uma ajuda a viver de forma mais consciente este Tríduo Pascal.
Uma Santa Páscoa.
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