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  • Foto do escritorColégio de S. Tomás

Brado de liberdade

Atualizado: 13 de mai. de 2021


O desejo de todos os professores é que os alunos levem a sério a relação entre si mesmos e a matéria que aprendem. No limite, até ao ponto de descobrirem uma Beleza tão verdadeira no que ouvem que possam dizer: “Isto é relevante para a minha vida!”.


As vocações nascem assim, quando levamos a sério a nossa intuição, o nosso gosto, o nosso interesse por aquilo que alguém nos apresenta e nos deixa fascinados.


Até que dizemos: “É por aqui!”.


No âmbito de uma aula em que o Gonçalo Coelho levou a sério o tema proposto – Liberdade, esse desejo tão vital da nossa alma – nasceu-lhe o impulso: “Isto tem a ver comigo!”. A partir daí deixou que a sua fortíssima veia artística o conduzisse, inventando um enredo que mistura o desejo da personagem central com o seu próprio desejo de Liberdade.


Quando tivemos aulas em casa, agora em 2021, foi proposto aos alunos que escolhessem um texto para o declamarem no Zoom. O Gonçalo pediu para apresentar a sua própria peça. Assim nasceu “O Destino da Diferença”.


O Gonçalo soltou um brado de liberdade que ecoou em mais de trinta dos seus amigos e que se entregaram incansavelmente a um trabalho sério, rigoroso, cansativo e de forma tão empenhada que o resultado não podia senão ser uma alegria imensa, profundamente educativa, um empenho verdadeiro com a vida de todos estes trinta e tantos alunos!


Que continue a crescer assim, com o desejo de ser livre, sempre acorrentado à Verdade.


Bernardo do Valle de Castro (professor de Teatro)


 

O Destino da Diferença passa-se em Mazagão, uma cidade marroquina de pescadores que, na altura, no sec. XVI, se encontrava sobre o comando da corte portuguesa.


A narrativa conta a história de um jovem desta nobreza colonizadora, Sebastião, que pretende conhecer para além daquilo a que tem acesso através da sua família. Apesar de viver uma vida confortável, num palacete na costa de África, rodeado de jardins, criadas e mordomos, Sebastião tem dentro de si uma inquietação que o move a ir mais longe, conhecer e explorar mais, para que possa perceber melhor o mundo e descobrir-se a si próprio de forma mais profunda.



Assim, durante a noite, decide escapulir-se pela janela, para explorar as ruas da medina de Mazagão. Lá, encontra uma jovem dançarina marroquina, Safrara, que lhe vai mostrar uma realidade que nunca antes tinha visto, fazendo com que Sebastião se questione sobre aquilo que quer para o seu futuro e quais as mudanças pelas quais pretende lutar. Juntos, os dois jovens sonham e lutam por um destino que querem para o mundo, traçando assim, um caminho de vida, que, apesar de inseguro e cheio de diferenças, é baseado na liberdade, verdade, razão e beleza.


Esta peça foi escrita, encenada e produzida por alunos do 11.º ano que, voluntariamente, se disponibilizaram para tentar criar algo maior, arriscando ir um pouco mais além daquilo que inicialmente parecia possível, dados os obstáculos inerentes aos tempos que passamos.


Todos contribuíram de diferentes maneiras para a produção do espetáculo, desde a encenação, música e audiovisuais, ao design e produção de figurinos e cenários. Apesar de imaginada, escrita, produzida e encenada em tempos de confinamento, quando a nossa liberdade parece ser tão reduzida, esta peça apela a que sejamos verdadeiramente livres, fazendo-nos aperceber que o caminho de verdade e liberdade que nos é proposto é tão mais grandioso do que a liberdade que alguma vez nos pode ser retirada.



Obrigado a todos os que acreditaram neste projeto e lutaram para que esta peça subisse ao palco,


Gonçalo Coelho (aluno 11.º ano) e a equipa do teatro



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