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  • CarolinaRego

Starry, starry night...



Mais do que nunca temos saudades dos passeios que dávamos pelo jardim, das viagens a novos países, de visitar um museu, etc…

Destes três tópicos, falarei da visita ao Museu, até porque alguns, nesta fase de isolamento social, têm aberto as suas portas gratuitamente e online.




Porque é que gostamos de fazer viagens que nos levem aos melhores museus? Visitamos um museu apenas para tirar a selfie e mostrá-la nas redes sociais? Ou existe realmente o reconhecimento de algo com valor? Regressamos da viagem mais certos do que é belo

(ou do que é feio) e gratos por podermos guardar e conhecer história com milhares de anos?

Vale a pena pensar porque o fazemos, quais as motivações que nos levam a sair de casa, a que desejos isso responde, para que quando o pudermos voltar a fazer, seja um encontro verdadeiramente belo.


Há cerca de um ano atrás, tive a graça de ir à cidade de Nova Iorque e, entre outros, visitei o MoMa, Museu de Arte Moderna, onde tive uma das piores experiências de como não visitar um Museu, mas que serviu para me educar.

O quadro mais famoso, ou pelo menos mais procurado desse museu é a “Noite estrelada”, 1889, de Van Gogh que está exposto, junto a outros tantos igualmente bonitos, numa sala com cerca de 50m2. Quando cheguei finalmente à sala vi, à frente do quadro, um aglomerado de pessoas que se empurravam de uma forma razoavelmente ordenada para que, os primeiros que chegassem à frente pudessem olhar para o quadro cerca de 5 segundos e, naturalmente depois teriam de sair para dar lugar a outros. Mesmo que o objetivo original de muitos que formavam aquela multidão, onde me incluo, fosse o de observar o quadro com calma, a maior parte fê-lo apenas mecanicamente, sem perceber que não ia conseguir observar nada, estando na multidão, ou não.


Apesar disto, a maior parte das vezes que visitei Museus e vi obras de arte pude fazê-lo calmamente, de forma a abrir-me a mundo, para responder a este desejo de ver novas culturas, estar de saída do meu pequeno mundo, porque isso nos educa. É também uma forma de contemplação, de observar, de prestar atenção ao que temos diante, à beleza de um céu cheio de estrelas, de um cipreste bamboleante, de uma paisagem inspiradora. Poder ver um quadro ao vivo e não apenas em suporte digital permite esta contemplação de alguma coisa real, com cheiro, de um determinado tamanho, texturas, que não é como eu a imaginava ou pensava. Essa imagem mais verdadeira que gravamos na memória leva-nos a uma maior imaginação e ao desenvolvimento de algum processo criativo, tornamo-nos mais ricos. Para além disso, dá-nos um enorme prazer poder ver coisas bonitas, são momentos de verdadeiro descanso. Também, ver obras de arte com a família, com os amigos ou professores, não só permite esta partilha de qualquer coisa que nos comove, mas sobretudo uma olhar mais atento, diferente do nosso, que nos ajuda e educa. O meu desejo de ver o "Starry Night" foi também para poder falar dele aos outros, especialmente aos meus alunos que gostam tanto de Van Gogh.


Hope to see you soon, Starry Night!


 

Nota: Apesar de desfocada, descentrada e ter sido tirada no caos daquela multidão de que falei, foi esta a fotografia que me levou a este texto.

Voltem à galeria do telemóvel, dos álbuns, do computador e, se tiverem fotografias de alguma visita a um Museu ou outro lugar de beleza, pensem porque a tiraram, tentem fazer memória daquilo que observaram e partilhem.

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