No dia 4 de novembro, entrámos no colégio, tivemos assembleia e fomos para a Serra da Arrábida com os nossos alunos. Na assembleia, falámos sobre as intercalares e o Padre Armando disse que tinha pena de não ir connosco, mas era chamado a estar na sua paróquia. Como se vê, o dia já tinha começado, e bem; por um lado, com um juízo sobre o trabalho dos últimos meses, por outro com esta certeza de relação com quem nos acompanha.
Já fora do colégio, fizemos uma caminhada em que subimos a serra e descemos até à praia. À medida que avançávamos no percurso, a vista tornava-se cada vez mais bonita. No ponto mais alto, reparei que o espanto de todos era tal, que não foi preciso dizer para olharem, nem pedir silêncio. Tinham os olhos e o coração prontos.
A parte final de uma das descidas foi feita, por muitos, a correr. Vi, à minha frente, um destes corredores entusiastas, que, no entanto, foi o primeiro a parar e voltar para trás, quando viu que um amigo tinha caído. Este momento, assim como tudo neste dia e cada instante nosso, é feito desta mesma Beleza que vimos no ponto mais alto e que quis habitar entre nós.
Por isso, irmos juntos a um sítio diferente faz-nos ver melhor o que já existe, como já temos uma vida juntos, como já caminhamos e como já somos capazes de um olhar atento e espantado. Desejo, para cada aluno e para mim, que nos tornemos cada vez mais protagonistas, ou seja, de tal maneira rendidos a esta Beleza, que desejamos responder-lhe.
Professora Constança Duarte
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