Esta era uma oportunidade boa demais para ser desperdiçada e eu estava decidido a agarrá-la. Ia, portanto, competir. Depois de formar a equipa – queria agradecer ao Gonçalo por me ter ido procurar assim que soube desta novidade – era preciso escolher uma personagem que tivesse vivido numa hora sombria e aí tivesse sido uma luz por entre as trevas, mas também que nos cativasse de uma forma que nenhuma das outras conseguisse fazer.
Não foi nada fácil, devo dizer. Procurámos e procurámos, mas nenhuma das personalidades que encontrámos tinha todas as qualidades que procurávamos. Por fim, foi o meu pai quem me deu a ideia de fazermos sobre o Soldado Milhões. Comuniquei esta ideia ao grupo e decidimos que era com esta personagem que iríamos seguir para a frente.
Mostrámos a biografia que fizemos sobre o Soldado Milhões ao professor Bernardo e depois tivemos a nossa entrevista com o professor, que nos explicou o que deveríamos fazer para melhorar a biografia, mostrando-nos o que faltava e vendo o entusiasmo que mostrávamos ao dar a conhecer a nossa personagem.
«O que vos falta aqui é esse “fogo” que me mostraram agora, têm de arranjar forma de darem a entender por palavras como me explicaram aqui a razão desta ser uma personalidade digna de participar neste concurso». E assim fizemos.
Nas semanas que se seguiram fomos conhecendo melhor a personagem, escrevendo e aperfeiçoando as biografias, mas o conselho que nos dera o professor ficou em todos os momentos em que, por algum motivo, expusemos com orgulho a nossa personagem, com especial efeito na campanha, onde nos focámos em transmitir este fogo que nos garantiu tantos votos.
Os dias que antecederam a campanha não deixaram espaço para a ansiedade devido ao bom tempo que passei a fazer cartazes, panfletos e tantas outras coisas, mas a alegria que senti não foi nada comparado com a que senti na campanha. A campanha estes dois dias foram simplesmente espetaculares, desde pôr cartazes em todo o lado, a não só a falar a todas as turmas do colégio como a falar nos recreios incansavelmente a qualquer grupo, mais velhos ou mais novos, todos ouviram a nossa mensagem incansável: «Vota Soldado Milhões!»
Apostámos especialmente no contacto directo com as pessoas, falar com elas e dedicar-lhes o nosso tempo são coisas que nenhum cartaz pode fazer com tanto impacto. Tínhamos também noção de que toda a gente votava e que ia haver cartazes por toda a parte, de modo, a que as pessoas nem soubessem para onde se virar, decidimos então fazer uma impressão em massa de panfletos e umas espetaculares notas americanas com a cara do soldado Milhões (ideia do Gonçalo).
Participei no debate por zoom. Adorei: ter de preparar argumentos e poder pô-los à prova, foi das experiências que mais gostei em todo o concurso. Independentemente disso sei que o Miguel Picoito ganhou com toda a justiça e mérito.
Independentemente do resultado, estes dias foram para mim de uma imensa alegria e espero sinceramente voltar a para o ano com outra personalidade.
Manuel Sequeira Mendes (7.º B - Finalista do Concurso Grandes Personalidades)
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