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Foto do escritorColégio de S. Tomás

Atualizado: 30 de nov. de 2020

Numa família há pais e avós (muitas vezes até há tios e primos)! Com os avós aprendemos muito: tiveram e têm uma vida cheia de viagens, aventuras, trabalhos, sofrimentos e alegrias.


Os avós sabem muitas coisas, porque viveram tudo isto de olhos bem abertos. Com muita inteligência e memória sabem também contar e explicar o que lhes aconteceu e, por isso, percebem muito bem tudo aquilo que vivemos agora.


Este ano não pudemos estar com os avós como gostaríamos. E como nos fazem falta!


Então, pusemo-nos a pensar: como havemos de dizer aos avós todas estas coisas importantes? Como é que se dizem as coisas importantes?


Então pensámos: vamos fazer uma coisa bonita, muito bonita! Vamos usar todas coisas que já sabemos fazer: escrever muito bem (nalguns casos), cantar com muita afinação, fazer uma pintura ou um trabalho com muito cuidado. As coisas importantes e boas devem ser bonitas, também.

E depois pensámos: como é que vamos levar o presente aos avós? Devia chegar a tempo da festa de S. Martinho, que é tão parecido com os avós.


Mandámos alguns presentes pelos pais, num embrulho ou envelope muito bonito. Outros presentes, resolvemos ir pôr ao correio para ter a certeza que chegavam a tempo e para fazer uma grande surpresa aos avós.


Esperamos que tenham gostado do que preparámos!


No dia de São Martinho rezámos pelos avós, pedindo a Deus que os conserve e que possamos voltar a ver-nos muito em breve!


Marta Moniz Pereira (Coordenadora-geral Sete Rios)

Foto do escritorColégio de S. Tomás

Atualizado: 30 de nov. de 2020

No mês de novembro, festejámos os Santos. A Santidade é o maior tesouro de um povo!

Os alunos do 4.º ano foram apresentar a vida de um santo às salas e à Assembleia. O objetivo é que se apercebam do que há de mais belo na vida do santo, como podem imitá-lo, porque é que isso os torna mais felizes e porque lhes interessa serem santos.



É importante perceberem que os santos são pessoas normais, que desejavam ser felizes, que às vezes também faziam coisas erradas, mas que recomeçavam sempre e eram muito amigos de Jesus. Todos nós podemos ser santos!


Todas as turmas tem um santo protetor. As turmas do 1.º ano escolheram o Santo da Sala que os acompanhará ao longo do 1.º ciclo que apresentaram a todos, nas assembleias. Muitas turmas compuseram o Hino do Santo da sua sala!


Alguns alunos do 2.º ano sentiram-se provocados com o tema lançado na Assembleia, no dia de Todos os Santos, e decidiram apresentar também o seu santo:

Respondendo a uma provocação lançada na Assembleia, um grupo de meninas do 2.º C tomou a iniciativa de preparar uma apresentação, com recurso a cartazes, para relembrar as restantes turmas qual era o nosso santo patrono: S. João Paulo II. É de salientar a sua completa autonomia na realização deste trabalho, o que bastante comovente, pois só uma fé viva se manifesta em obras.

Por fim, perante esta azáfama das meninas, os rapazes sentiram-se tocados e logo alguns se prontificaram a dar o próximo passo. Quiseram saber qual seria o tema seguinte. Assim, preparou-se o início do Advento. E como? Fazendo o presépio peregrino da sala através de figuras desenhadas, pintadas e recortadas por eles! Está maravilhoso!

Oremos a Jesus, que se fará menino, por estas crianças, para que a chama viva que se irá acender na nossa coroa de advento, simbolicamente ornada com as mãozinhas de todos os alunos da nossa sala, que querem ser o berço d'Aquele que vai de novo nascer, renove a nossa esperança!

Professora Sónia Duarte


Para ser Santo não é preciso fazer nada de extraordinário: não é preciso ser mártir, ou missionário, ou fundar uma ordem religiosa, não é preciso escrever nenhum livro… o mais importante não é fazer coisas extraordinárias, mas fazer o que Nosso Senhor quer.


Deus escolhe uns para chegar a todos. Conhecer a vida dos santos, ajuda-nos a ganhar consistência para enfrentar todas as situações com tranquilidade e alegria.


Nas assembleias também fomos conhecer o novo Beato da Igreja, Carlo Acutis. Ao proclamar alguém beato/Santo, a igreja convida todo o povo de Deus a olhar para a sua vida e reconhecer nela uma beleza, uma atratividade e uma estrada para a sua própria felicidade.


Os alunos de cada ano foram divididos em quatro equipas com o nome de Santos Portugueses: S. Nuno de Santa Maria, Santo António, Santa Isabel de Portugal e Santa Beatriz da Silva. Estas equipas vão ganhando e perdendo pontos ao longo do ano e em cada período há uma equipa vencedora. Tudo pode ser ocasião para ganhar pontos.


Luisa Ferreira Pires (Coordenadora Catequese)

Atualizado: 3 de dez. de 2020


Chamo-me Joaquim Filipe Nery da Encarnação Delgado e vou descrever um pouco do que foi a minha vida e o modo como contribuí para o desenvolvimento da geologia e da arqueologia em Portugal. Fui um rapaz como todos os outros, fiz muitas traquinices e dei algumas preocupações aos meus pais. Mas tornei-me um adulto curioso e tudo o que descobri foi para oferecer a quem o desejava receber. Hoje entrego-te a ti, que lês estas palavras, um pouco do que foi a minha vida.


Nasci na cidade alentejana de Elvas, a 26 de maio de 1835. Reinava D. Maria II (Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga) após um período conturbado de batalhas civis entre os liberais e os absolutistas. A minha cidade é importante porque nela existe um grande forte, capaz de albergar até 8000 homens, prontos a defender o país da entrada dos inimigos.


[Forte da Graça - Município de Elvas]


Nos dias de hoje, a cidade de Elvas é considerada Património Mundial da UNESCO e quando eu era criança comi muitas Ameixas de Elvas, um doce conventual típico. Vi construir a Estrada Real para Lisboa e a inauguração da estação de caminhos de ferro.


Cresci a ver o meu pai desempenhar as funções de militar. Tratavam-no por Tenente-Coronel José Miguel Delgado. Ainda tenho muitas recordações dele apesar de ter morrido quando eu tinha apenas 7 anos. Fui viver para casa da minha irmã mais velha, que era casada com Gilberto Rolla, um importante engenheiro militar.


Aos 9 anos ingressei no Colégio Militar. Fui um aluno curioso e preocupado por responder ao que me era pedido. Em 1850 fui estudar para a Escola Politécnica (atualmente é o Museu Nacional de História Natural e foi, durante muitos anos, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa). Aí encontrei grandes professores que me ensinaram matemática, astronomia, física, ciências naturais, mineralogia e geologia. Em 1855 conclui o curso de Engenharia Militar, quando já frequentava a Escola do Exército [localizado no Palácio da Bemposta, em Lisboa].


[Palácio da Bemposta: instalações da Escola do Exército, frequentada por Nery Delgado].


Claramente tinha sido influenciado pelo meu pai e pelo marido da minha irmã. Desenvolvi um gosto especial pelas disciplinas de topografia, desenho e hidráulica e era incapaz de ficar parado quando descobria alguma coisa que [ainda] não sabia explicar. Foi assim que me decidi especializar em minas e docimasia (ciência que ensina o modo de determinar a proporção de metais contidos num minério).


Terminados os estudos académicos foi fácil olhar para o passado e ver que a formação académica e a formação militar tinham sido essenciais na minha formação, mesmo que na altura não me tivesse apercebido disso e achasse que muitas das coisas que tinha aprendido não me iriam servir para nada.

Quando assumi o cargo de subtenente de engenharia no Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, fui responsável pelo estudo geológico da região do Mondego, nomeadamente o plano de regularização das cheias deste rio português, que desagua na Figueira da Foz. Por esses lados enamorei-me por Maria Ricardina Augusta da Fonseca, com quem casei em 1860. Tivemos três filhas – Ricardina Adelaide, Virgínia Palmira e Amélia Beatriz.


Ao longo da vida fui-me cruzando com grandes mestres, mas nenhum me marcou tanto como o meu grande amigo Carlos Ribeiro, com quem trabalhei na Secção da Direção Geral dos Trabalhos Geodésicos, em 1868. Juntos viajamos por todo o país, movidos pela mesma paixão: a Geologia.

[Fotografia de Carlos Ribeiro (A) e Nery Delgado (B)]



De tudo o que estudei, foi sobre o paleozoico que mais aprendi e publiquei. Tenho a certeza que já ouviste falar deste período uma vez que foi nessa altura que as trilobites habitaram o nosso planeta. Foi há cerca de 542 milhões de anos.


[Cruziana: registo fóssil das pistas de locomoção realizadas por trilobites. Registo de Nery Delgado no Instituto Geológico e Mineiro].



Estudei muitos locais em Portugal, realizando recolha de rochas, fósseis, realizando mapas geológicos, registando o máximo de informação possível para que outros, quando o lessem, pudessem obter toda a informação possível. Estudei sobretudo a região do Mondego, depois o Tejo, Douro e Guadiana. Se quiseres descobrir um pouco mais sobre tudo o que recolhi podes sempre visitar o Museu do Instituto Geológico e Mineiro, em Lisboa.


Juntamente com Carlos Ribeiro percorri quase todo país a estudar as camadas de rochas e os seus fósseis, sempre movido pela curiosidade de desvendar, nesses materiais, a história que podia escrever quando os observava. Como é fascinante olhar para rochas e conseguir descrever como era aquele local há milhões de anos. Fomos os primeiros a fazer Geologia fora dos gabinetes, privilegiando o campo e a recolha de amostras. Foi assim que nos tornámos os primeiros a construir um mapa geológico de Portugal, tornando a Geologia aplicável e visível a todos.


[Carta geológica de Portugal à escala 1:500 000, elaborada por Carlos Ribeiro e Nery Delgado, publicada em 1876].



Mas mesmo assim, ainda não me chegava. Enquanto estudava Geologia descobri uma gruta junto à região de Peniche. Chama-se Gruta da Furninha e por lá andei em 1880.



[Gruta da Furninha, Peniche]


[Planta e cortes da Gruta da Furninha, elaborados por Nery Delgado em 1884]


O que por lá descobri foi tão precioso que extravasava o conhecimento desta ciência. Além da história contida nas rochas que constituíam a gruta, numerosos artefactos humanos contavam também a história de Homens que por ali andaram no período do Neolítico e como usavam os materiais que ali existiam para o seu dia-a-dia.


[Pontas de setas e punhais encontrados na gruta da Furninha]


Tinha, finalmente, conseguido explicar a realidade daquele local com ajuda da geologia, da paleontologia e da antropologia física. Fiquei tão maravilhado que não consegui guardar para mim tudo o que tinha aprendido e levei todo o meu trabalho além-fronteiras. Representei Portugal em Congressos Internacionais de Geologia e Antropologia em Paris, Londres, Bolonha, Zurique, Viena, Toulouse, Berlim, Madrid, Barcelona e Bruxelas. Graças ao que ali apresentei, ao meu rigor na linguagem científica e ao modo como revelei a importância desta disciplina, lancei as raízes do mapa geológico da Europa.

Em 1899, com 64 anos, tinha já sido homenageado, como reconhecimento de todo o meu trabalho, com a grande cruz da Ordem Militar de S. Bento d'Aviz, comendador da Ordem de D. Isabel, a Católica, oficial da Ordem da Legião de Honra, oficial da Ordem da Coroa de Itália e inúmeras medalhas, todas elas fruto da minha paixão pela geologia e do desejo de a dar a conhecer a todos.


[Curriculum vitae escrito pelo próprio Nery Delgado]


Quando Portugal era reinado por D. Manuel II, tinha eu 73 anos. A 3 de agosto de 1908, regressava a casa, na Figueira da Foz, depois de uma saída de campo pela região da Serra do Buçaco, e acabei por falecer, vítima de uma doença pulmonar. Fui sepultado em Lisboa, no jazigo de família no cemitério dos Prazeres.


Durante o elogio fúnebre, o meu grande amigo Paul Choffat escreveu:


[Paul Choffat (à esquerda) numa expedição na serra da Arrábida]


"Nery Delgado possuía uma virtude essencial a um geólogo: a paciência. Era dotado de um carácter doce e afável, era estimado e o seu trabalho reconhecido por um grande número de compatriotas. [….] Foi um observador num país onde os trabalhos de observação são raros e pouco apreciados; o seu nome ficará para sempre ligado à geologia de Portugal, ao lado daquele que foi seu mestre e amigo, Carlos Ribeiro".




José Carlos Feitor

Professor de Biologia e Geologia



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