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Olá a todos, o que acabam de ouvir corresponde à frase “Bom dia” dita em código morse.
Porque fazemos hoje exatamente seis meses desde que fomos para casa e mudámos as nossas rotinas. Porque os nossos dias e a forma como comunicamos também mudaram — como que da noite para o dia. Porque foram vários meses de comunicação digital, telefónica, vídeo, fotográfica. Enfim, comunicámos de tantas formas diferentes. Incrível, já viram?
Por isso pareceu-me interessante continuar esta pesquisa e trazer-vos hoje mais uma nova forma de comunicar.
O meu nome é Eduardo Guerra, sou artista, sou professor de artes e faço parte deste colégio que também é o vosso, o Colégio de São Tomás. E, porque fui desafiado pelo nosso vice-reitor, o Bruno Silva, a dar o meu testemunho, aqui estou. Deixem-me tentar dizer-vos quem sou.
Nasci em 1986, três anos antes da queda do muro de Berlim, nasci numa casa com pai e mãe e uma irmã mais nova. Muito próximo da minha avó materna, a Gabi, e com férias constantes na Serra da Estrela, que aprendi a chamar de minha.
Estudei música até me decidir a estudar artes plásticas e fiz o secundário na escola António Arroio, fui para a faculdade de Belas Artes e depois estudei Filosofia. Hoje sou casado com a Luisa, tenho bons amigos e muita vontade de descobrir o mundo com eles.
Porque é que decidi ser professor?
Nem imaginam a quantidade de vezes que pensei em respostas inteligentes e credíveis para esta pergunta e, na verdade, volto sempre ao mesmo ponto de partida: sabem, é que quem tem bons professores corre sempre o risco de ser chamado a retribuir e, acho que é por essa razão que aqui estou há seis anos. Por causa das pessoas que me ajudaram a ser quem eu sou hoje e que me pedem que tente fazer o mesmo com os próximos, vocês.
E porquê o Colégio de São Tomás?
Cheguei aqui sem saber bem como, pela companhia do meu amigo Bernardo Simões Correia que me apresentou a tantos outros que aqui estão e a quem hoje gosto de chamar de amigos, também.
Neste Colégio aprendi a trabalhar, aprendi a conhecer pessoas diferentes, aprendi a cuidar e, aprendo, todos os dias, um pouco mais sobre mim. E é esta a razão porque aqui continuo e quero continuar a estar.
Talvez o que vos digo não seja nada de especial, mas o que verdadeiramente vos quero transmitir é que preciso de estar convosco e preciso de vocês na minha vida.
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Ouvimos agora a tradução corresponde à frase “Levanta-te e anda” dita em código morse, a nossa frase do ano.
Haveremos sempre de querer comunicar uns com os outros, porque precisamos uns dos outros. E havemos sempre de inventar formas novas de comunicar. Mas nada substitui aquilo que é melhor — o podermos estar juntos, ao mesmo tempo e no mesmo espaço. O olharmo-nos e vermo-nos, ouvirmos e sermos ouvidos, sentir e sermos sentidos.
Como se costuma dizer, comunicarmos a viva voz. E por isso, obrigado. Obrigado por estarem todos aqui hoje.
(discurso do Professor Eduardo Guerra, professor de Artes do colégio, na Sessão Solene do 1º dia de aulas)