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Foto do escritorColégio de S. Tomás

Este ano foi lançado um novo desafio ao departamento de Artes: Conceber a comunicação e os aspetos “visuais” do já consolidado projeto dos “Debates” do Colégio de São Tomás. Em formato de concurso, com um esquema de equipas e eliminatórias, os alunos vão estudando, praticando e concebendo argumentação, pró ou contra, temas previamente lançados.


Os temas, relacionados com a atualidade e urgência contemporâneas, incorporam temas fortes e complexos da sociedade, expondo assim as convicções e dúvidas em relação ao mundo em que vivemos, tomando sempre uma posição a cada momento.


O debate é por esta mesma razão, um momento onde a preparação intelectual, a empatia e a capacidade de argumentação se unem num jogo sério onde se expõe o que se é e o que se é capaz de considerar em ataque ou defesa de determinado assunto.


Com este espírito em mente preparámos, num primeiro momento, a conceção do cartaz deste ano. Em duas sessões de trabalho com os alunos de Artes do 10º e 11º ano, exploramos diversas ideias, conceitual e visualmente, onde procuramos pôr em prática uma representação gráfica dos debates.



Passando por imagens da figura feminina da Justiça, com a venda, balança e espada como atributos, terminamos com a imagem do Xadrez. Esta imagem, recortada e ampliada, foi rodada de modo a pôr em evidência o xeque feito pelo jogador. Todo o tabuleiro está em desequilíbrio ficando o jogo suspenso pela mão do jogador. Estamos assim, na presença de

um momento de ação e decisão individual que pode alterar ou mudar, num momento inesperado, o rumo do jogo.


Foi-nos ainda dada a oportunidade de conceber o troféu que premeia o evento final. Em dupla, a professora Marta Valente e o professor Eduardo Guerra conceberam um objeto composto por elementos acrílicos recortados a laser e uma base em madeira, representando duas mãos em comprimento (passou bem).



O objeto representa assim, de forma direta e eficaz a noção de fair-play, onde se reconhece

a importância do jogo, das regras e do adversário, para haver um vencedor. Representando

assim, aquilo que um troféu deve fazer, glorificar o vencedor no contexto de um jogo.


Eduardo Guerra (Prof. Artes)

Foto do escritorColégio de S. Tomás

A grande Final do Concurso de Debates foi ganha pela equipa da Madalena Seabra Gomes, Marta Malato e João Douwens da Costa, depois de uma viva e renhida troca de argumentos sobre se "Os objetivos da investigação científica devem ou não ser determinados politicamente".

A vontade de fazer parte do concurso de debates surge aliada à vontade de nos tornar capazes de fundamentar uma posição e argumentar. Creio que falo por todos os participantes dos debates quando digo que é uma experiência bastante enriquecedora, na medida que nos permite sair da nossa zona de conforto. Esta proposta incentiva o trabalho em equipa, a pesquisa e fundamentação de posições em relação a temas da maior importância e a defesa da nossa posição perante o oponente, o júri e a própria plateia. Ao rever os vídeos das diversas rondas apercebi-me de um aspeto bastante interessante. Comparando a primeira ronda e a final do concurso, apercebemo-nos da evolução no que toca à estruturação das ideias, à forma como as mesmas são apresentadas e à própria capacidade de contra argumentação. A participação nos debates do Colégio de S. Tomás é imprescindível a qualquer aluno que procura desenvolver as suas aptidões orais e intelectuais e que procura um desafio que o afasta da sua zona de conforto. Madalena Seabra Gomes


O júri contou com dois convidados, o Prof. Dr. Henrique Leitão e o Dr. António Telles, a quem muito agradecemos a presença e os contributos.


A equipa vencedora recebeu um troféu desenhado pelos professores de Artes, um aperto de mão em acrílico, que simboliza o fair-play entre as equipas e a ideia de que quem vence representa todos os que participaram. O Manuel Brito Correia recebeu ainda o prémio Melhor Desempenho Individual!


Participar nos debates do colégio de São Tomás é uma das maiores oportunidades que o colégio nos dá. Desenvolver o espírito crítico, aprender a falar em público, aprofundar o conhecimento da realidade, e aumentar em nós o desejo de verdade são algumas das grandes vantagens de participar nesta iniciativa. Depois de muitas horas dedicadas aos debates é reconfortante ver o nosso trabalho a ser reconhecido e a nossa amizade a ser fortalecida (tanto entre colegas de equipa, como com colegas de outras equipas). Não me arrependo nada de ter participado nos debates, e tenho a certeza que cresci bastante à custa dos mesmos. Manuel Brito Correia






Foto do escritorColégio de S. Tomás

“Barões Assinalados” é um espetáculo de teatro, música e dança inspirado em acontecimentos da História de Portugal, e que parte d’”Os Lusíadas” e de alguma música portuguesa. Nele estiveram envolvidos dezenas de alunos de vários ciclos, professores, pais de alunos e funcionários do colégio. Foi um grande momento de beleza, que aconteceu no passado dia 18 de maio de 2021 e ao qual assistimos todos. Quisemos saber como foi que tudo aconteceu:


1. Porque decidiram fazer assim?

Decidimos fazer um trabalho extra aulas, que foi proposto a todo o colégio. Inscreviam-se e participavam apenas os alunos e os professores que quisessem. A ideia é não ser apenas um ano ou um ciclo envolvidos, não serem apenas os alunos, mas também os professores. Fazer alguma coisa em conjunto que nos permitisse perceber melhor quem somos e o que significa ser português e que, ao mesmo tempo, nos fizesse ganhar um maior entusiasmo pelas matérias que estudamos e pela vida. Faz sentido fazer um trabalho em que todos temos um papel fundamental, mas, ao mesmo tempo, ninguém é a estrela.


2. Qual a importância?

Percebemos que não podíamos dispensar este trabalho, ainda mais nos tempos difíceis que estamos a viver. De facto, hoje, mais do que nunca, a necessidade de beleza é urgente, bem como a necessidade de fazer algo grande e superior às nossas forças, como fizeram D. Afonso Henriques ou os navegadores portugueses. Se eles fizeram isso, naquele tempo, se uns já fizeram antes de nós, isso dá-nos uma certa audácia, um certo desejo de arriscar fazer algo grande e belo, tendo em conta o contexto em que vivemos e a tarefa que nos é confiada, que não é navegar no Oceano, embora às vezes apetecesse, mas sim a aventura do conhecimento, de descobrir alguma coisa para lá do nosso umbigo.


3. Porquê tantos alunos de tantos ciclos?

A ideia de povo: o colégio é um povo, é uma comunidade, não é um armário com gavetas fechadas e é esta complementaridade que faz respirar e crescer verdadeiramente, que dá entusiasmo. Os alunos mais novos sentem-se incentivados pelos alunos mais velhos, e os mais velhos também crescem ao estarem com os mais novos. Da mesma forma que fazer isto com professores de outras disciplinas e ciclos me ajuda a mim enquanto professora.


4. Porquê aquelas músicas?

Isto no fundo nasceu do encontro com as canções dos Madre Deus e dos Heróis do Mar; uma sintonia com a música e com as letras das canções que exprimem de forma extraordinária, não apenas o que significa ser Português, mas também o que significa ser Homem. A Música pode despertar em nós vários sentimentos, melhores ou piores. No caso destas canções, que foram apresentadas no espetáculo, a letra e a música fazem despertar o espírito de aventura, o desejo de arriscar viver com um ideal grande, que nós portugueses temos, mas que muitos vezes parece abafado. Tanto que me levaram a pensar na ligação com a grandiosa obra de Luís de Camões, Os Lusíadas. Ao ler Os Lusíadas durante o confinamento, principalmente o canto III, pensei que os meus alunos iriam perceber claramente a que acontecimentos se referiam as estrofes. Apesar de estarem só no 6º ano, iriam percebê-las melhor do que muitos adultos, pois as estrofes tinham a ver com a matéria que estávamos a dar. Fiz o teste nas aulas e confirmou-se: os alunos conseguiam identificar os acontecimentos, por exemplo, sabiam identificar as estrofes que falavam sobre a batalha do Salado, embora não percebes sem o significado de todas as palavras. Perceberam também que é giro dizer a nossa História em verso. Comecei a gravar-me no telemóvel a declamar as estrofes, enviava-as para a Inês Tomé (Professora de Português) e ela respondia-me de volta a declamar também. O entusiasmo foi crescendo.


5. Aquele espetáculo?

Quando estava a ler as estrofes de Os Lusíadas e ouvia as canções dos Heróis do Mar, começava a imaginar um povo a dançar e a junção entre a Música e o Camões parecia-me perfeita.



6. O que ganharam os miúdos? E o que tiramos daqui?

Penso que ganharam confiança, gosto pela arte e pela nossa História. Vale a pena fazer um trabalho continuado, se temos claro o objetivo. Mesmo quando parece que não está a correr como imaginamos. Muitas vezes os alunos tinham de decidir entre ir jogar para o campo ou ir aos ensaios; não foi fácil. Muitos alunos vieram prontamente ajudar nos intervalos do almoço a fazer escudos e espadas, para usarem no espetáculo, coordenados pelo António Ribeiro. Muitas vezes nos aconteceu, a nós professores, não sabermos bem como conduzir ensaios, qual seria a melhor maneira de encenar as estrofes; tivemos de rever a encenação muitas vezes. Para além disso, os ensaios da banda e da declamação eram desfasados, não se tinha logo a perceção do todo, sendo por vezes árido. Mas, nos últimos ensaios, já todos em conjunto, sobretudo no espetáculo final, quando todos puderam ver a junção das várias partes, os alunos estavam muito contentes, perceberam que tinha valido a pena “passar além do Bojador”, quiseram continuar a experiência e mais alunos se quiseram inscrever.


7. Como foi fazer um espetáculo tão complexo? Com que ajudas?

Não foi fácil, mas foi muito divertido fazê-lo. Começámos a preparar este espetáculo desde o final do ano passado. A Inês e eu lemos em conjunto Os Lusíadas, nas férias, e depois elaborei um guião que juntava as estrofes escolhidas, as falas de um coro, à moda da Tragédia grega, que ajudava à introdução das estrofes, e as letras das canções, juntamente com indicações de Cena. Pedi a umas amigas com formação em Dança, mães de alunos aqui do colégio, que nos ajudassem nas coreografias e elas entusiasmaram-se logo. Também a Inês Sampayo e Mello, Educadora do Pré-escolar, quis logo ajudar nos ensaios da dança, oferecendo-se também para fazer parte do espetáculo. O encenador Marcos Barbosa também nos ajudou a aprender a declamar as estrofes e na encenação das mesmas. Um grupo de alunos do 12.º ano que já tinham tocado na exposição Fernão de Magalhães: Um Herói do Mar ofereceram-se para aprender e tocar as canções, com a professora de Latim (Constança Duarte) na bateria. A professora Catarina Saraiva foi ensaiando a parte do coro com os alunos. Na última etapa dos ensaios da banda, tivemos a preciosa ajuda do músico José Blanco, que fez os arranjos e ajudou os músicos a ensaiar. A Rita, a Teresa e a Sandrine ajudaram-nos na parte logística, o António Ribeiro nos adereços, a professora Concha Reynolds de Sousa e a Luzia no guarda-roupa. A Professora Marta Moraes e a Maria Douwens, juntamente com algumas alunas do Liceu (Maria Pignatelli, Catarina Lobão, Teresa Neves) fizeram o cenário. O clube de Teatro, com o professor Bernardo Castro, também se juntou a nós. A Inês Tomé e eu íamos, nas aulas, convidando os alunos a inscreverem-se. Também fomos às turmas dos outros ciclos e às assembleias falar deste projeto. Fomos falando com o Bruno Silva, pedindo opiniões e ajuda na marcação dos ensaios, etc.. No início do ano, fizemos um espetáculo propaganda para incentivar os alunos a participar. O Professor de Latim, Marcos Helena, também se entusiasmou e quis participar. A professora Leila, de Matemática, quis declamar uma estrofe. Enfim, as ajudas foram aparecendo, os alunos e os professores foram aderindo e o Povo começou a formar-se. Quando o espetáculo se estava a aproximar, o Nuno e o Tiago Bianchi trataram do som. Mas só conseguimos juntar toda esta tropa e todas as partes do espetáculo na véspera, pois, para fazer um espetáculo de cerca de meia hora, foi preciso ensaiar muito por partes.


Ana Cortes (Prof. História do 2.º ciclo)

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